De pequenino, se mantém o destino...
Ou as notas que o tempo não permite fixar nas notícias
Manuel Pinho é uma surpresa.
Andam tensas as relações entre o Procurador-Geral da República e os deputados do PS. Na semana passada, foi Manuela de Melo que entrou em choque com Pinto Monteiro na comissão parlamentar de educação que discutiu a violência escolar.Ontem, foi Ricardo Rodrigues na comissão parlamentar de assuntos constitucionais. Foi feia a discussão. O que se passará entre o PGR e o PS ?
No dia em que os Presidentes dos Parlamentos nacionais da União Europeia se reuniram na Assembleia da Republica com o processo de ratificação do Tratado de Lisboa na agenda, a cantina de São Bento serviu "Carne à irlandesa com arroz branco". Não é anedota. Este era mesmo o prato da dieta para quem lá quisesse almoçar, esta sexta-feira...
Pedro Sales, assessor de imprensa do Bloco de Esquerda, descobriu que o Regimento da Assembleia da Republica faz milagres : consegue, por estes dias, encher a bancada do PSD à hora das votações. É que chega a contar-se pelos dedos de uma mão o numero de sociais democratas no hemiciclo durante um debate...
Alberto Costa explicava ontem aos deputados a descida das pendências. Com numeros, o ministro da justiça sublinhava a trajectória descendente do monstro nos últimos meses. O MONTRO, segundo o ministro. Só que a certa altura o balanço fantástico foi traído por uma exclamação contraditória saída da boca de Alberto Costa:"O monstro regressou!" Apesar dos risos na sala, do burburinho instalado, Alberto Costa fez como nada fosse. Serenamente continuou o seu discurso sobre o monstro mas já com o dito a arrepiar caminho...
"O ministro foi bloqueado pelo Procurador",anunciava com graça Osvaldo de Castro no final da reunião de ontem da primeira comissão com Alberto Costa.
Esta manhã nasceram ventoinhas no hemiciclo. Quatro monos brancos que se destacavam da clássica madeira da sala das sessões: duas na bancada do governo e duas engalanando o púlpito onde os oradores discursam (os microfones no centro com um ventoinha à esquerda, outra à direita). A tempo, alguem se apercebeu do ridículo e às três da tarde quando começou o plenário já nada de ventoinhas. Mas olhando bem, elas lá estavam. Só que no chão.
É de obrigatória leitura a entrevista de Cunha Vaz ao Público desta segunda-feira. Confesso que quando vi a sua fotografia a ocupar a primeira página do jornal fiquei desconcertada. Mas depois de ler, percebi. Só não entendo é por que Paulo Moura diz na entrada que "os jornalistas temem-no". Porquê ?
"Bom, eu tenho entre trinta e quarenta anos......."
Alberto João Jardim anunciou há pouco que vai fechar o congresso do PSD-M "aos empregados da comunicação social". Não confia "no relato objectivo e verdadeiro". Os empregados só poderão relatar as sessões de abertura e encerramento. Pois não deviam era relatar nada. Jaime Gama não quererá reagir a esta decisão do "exemplo supremo na vida democrática do que é um político combativo" ?
Pacheco Pereira tem toda a razão. Os mais atentos à blogosfera sabem que ao fim-de-semana, Pacheco despeja os seus textos da Sábado no abrupto. Portanto, o take da Lusa podia ter saído quinta-feira passada. E as televisões podiam tambem logo nessa noite - ou nos jornais da tarde - ter feito o brilharete. E os jornais, citando a Sábado, não precisavam de ter esperado tantos dias para "explodir a bomba". Há noticias - como a da Lusa que é reproduzida desde ontem à tarde por todos os media - que, passando por tanta gente, têm uma lógica inexplicável.
Registo que nos 29 elementos da nova câmara de comuns, só há 3 mulheres. Sem quotas, nem na blogosfera...
Primeiro saiu esta noticia na Lusa:
O mail seguira direitinho para os jornalistas:
...e de repente, três pacotes de bolachas começaram a passar de mão em mão. Um deputado tirava uma, outro deputado tirava outra, um professor ficava com uma, outro abria a embalagem. João Oliveira do PCP falava sobre o sistema de avaliação dos professores e a comissão parlamentar de educação devorava bolachas. A reunião começara às duas e meia. Eram sete da tarde e os deputados ouviam Mário Nogueira (acompanhado por mais 9 professores) desde as cinco e meia. António José Seguro, o presidente da comissão, pediu comida. Apareceram bolachas. Mataram a fome não só dos deputados mas tambem dos professores. Mário Nogueira não comeu. Os jornalistas, a quem foram oferecidas, tambem recusaram. Mas o banquete estava montado e a cena deliciosa: deputados do ps e da oposição e professores sindicalistas discutiam o polémico sistema de avaliação comendo bolachas.
No dia em que o Diário de Notícias anunciava que o PS estava a preparar alterações ao divórcio, o Correio da Manhã brindava-nos com uma pérola com ons e tudo : uma peixeirada no Parlamento protagonizada pela mulher do chefe de gabinete de Jaime Gama. A senhora explica tudo ao jornal. Sentindo-se ofendida com a alegada traição do marido, foi lá, bateu-lhe, etc, etc.
O borrego ao almoço cozinhado pela mãe deve ser a única coisa que vai sobrevivendo. A Páscoa, com o passar dos anos, tem-se recomposto. Confesso que, actualmente, estes dias não me dizem nada. Significam: escola paga fechada, sobrecarga dos avós, ovos gigantes para os miúdos e amêndoas de chocolate para nós. Tinha eu a idade deles e estava em Trás-os-Montes. Flores e verde à entrada de casa, mesa posta "para o senhor padre", um envelope e o toque do badalo a anunciar o cortejo quase a virar a esquina: "ele vem aí!". E já dentro o beijo na cruz - certamente, já saturada de saliva, que nojo.