A democracia desencantada
Philipe Schmitter fechou o III Congresso de Ciência Política repetindo o que disse ontem numa mesa redonda com Manuel Villaverde Cabral e Manuel Lucena mas, dada a fraca projecção mediática do acontecimento, vale a pena sublinhar algumas ideias:
-A democracia em Portugal não é boa mas é assim em toda a Europa. O declínio da filiaçáo partidária, da participação eleitoral, da confiança nos políticos está a baixar em todas as democracias ocidentais. O problema é que não há alternativa credível. Se houvesse uma ameaça real talvez obrigasse à introdução de reformas no sistema.
-É preciso repensar o papel dos partidos. Estes já não fazem a ligação dos cidadãos aos governos. Com a profissionalização dos políticos, as suas transferências de partido, as pessoas deixaram de confiar nos partidos.
-As instituições europeias não funcionam de forma democrática o que agrava a crise da democracia. A avalanche de directivas serve apenas para ameaçar a responsabilidade política nacional (accountability)
Schmitter afirma que a democratização portuguesa foi mais fácil do que pensou mas menos consequente.
Villaverde Cabral e Manuel Lucena acreditam que, com Cavaco Silva em Belém e a crise económica a manter-se, o regime semi-presidencial tenderá a balançar para o presidencialismo. Lucena critica a forte dependência dos portugueses face ao Estado. "Continuamos tão dependentes do Estado como no tempo de Salazar"
1 Comentários:
enquanto os lobis estiverem instalados e as seitas sectetas tipo religiosas e outras nunca vamos sair deste marasmo.porque á interesses instalados.
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